Lesão de Pele relacionada a dispositivo médico – EPI – COVID
Conteúdo referência Blog Vitalaire.
Grande parte do material disponível em relação a prevenção de lesão de pele ocasionadas por dispositivos médicos são direcionadas aos pacientes, fornecendo diretrizes para que os profissionais de saúde possam preveni-las e assim evitar mais agravos que a própria doença.
Com a pandemia ocasionada pela COVID-19 houve a necessidade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) em longos períodos e sob condições extremas associadas à transpiração alta. Essa situação tem acarretado ao final de cada plantão, além da exaustão, marcas pelo uso das máscaras, óculos e outros dispositivos.
Todas essas condições propiciam a fricção do EPI com a pele, sob o risco da formação de lesões. Por isso, o assunto deve ser objeto de cuidado por todos aqueles que usam equipamentos de proteção individual, quem seja.
Na China em um dos hospitais de referência de tratamento a pacientes com COVID -19, 97% dos profissionais de saúde apresentaram alterações na pele em decorrência do uso dos EPIs. Os principais pontos que apresentaram lesões foram:
- Osso nasal (83%) correlacionado ao uso dos óculos;
- Bochechas (74.5%) devido ao uso da máscara N95;
- Testa (57.2%) devido ao uso da “face shield”.
A fricção da pele é determinada por alguns fatores:
- Condições da pele como hidratação e presença ou não de rugas;
- Características dos materiais que entra em contato, se é macio ou rígido e a sua capacidade de adaptação ao contorno do corpo;
- Maneira que a pele e o dispositivo interagem em relação a transpiração e oleosidade produzidas pela pele.
O uso prolongado destes EPI’s altera o microclima no sistema pele / dispositivo. As respostas da pele estão relacionadas à transferência de umidade e calor dentro deste sistema e desempenham um papel crítico na irritação da pele. A pressão para fixação dos dispositivos, a impossibilidade em alternar o posicionamento e o atrito dele com a pele são fatores de risco para o desenvolvimento da lesão por pressão.
Quando o usuário adquire uma lesão associada ao uso do dispositivo, sua chance de contaminação aumenta, pois a lesão é mais uma porta de entrada para infecções.
Para evitar lesão associada ao uso das máscaras, alguns cuidados:
- Fazer pausas do uso das máscaras.
- Remover a máscara por 15 minutos a cada duas horas enquanto estiver longe dos pacientes. Levantar os lados da máscara por cinco minutos a cada duas horas é útil se o profissional de saúde não puder fazer uma pausa mais longa no uso da máscara. Mas lembre-se de lavar as mãos antes e depois de tocar nas máscaras.
Higiene e cuidados com a pele:
- Lavagem do rosto com sabonete apropriado de preferência com um pH mais ácido manter a barreira protetora da pele e remoção do excesso de oleosidade;
- Não aplicar cremes oleosos ou produtos a base de petrolatum, pois podem ocasionar um maior atrito devido ao deslizamento da máscara.
- As abrasões podem ser tratadas “com hidratantes tópicos ou creme barreira que minimiza a umidade, protetores / selantes líquidos da pele ou cianoacrilatos”,
- Curativos oclusivos finos podem ser usados para proteger feridas abertas se elas não interferirem no selo da máscara.
Cobertura de interface para prevenção de lesão (caso seja uma opção do profissional e orientação da instituição):
- Lavagem do rosto para remoção da oleosidade para prover uma melhor adesividade da cobertura;
- Aplicação de cobertura de interface nos pontos de maior contato que são testa, bochecha, nariz, e parte posterior da orelha. A cobertura utilizada pode ser recortada a partir de moldes, as coberturas podem ser feitas a partir de hidrocolóides extra-finos nas regiões de apoio da máscara que se faz necessária a vedação, espumas de silicone suave no ponto de apoio da face shield.
- Estes materiais devem ser recortados baseados nos modelos da figura 2, com tamanhos que melhor se adequem ao profissional.
Cuidados com a Hidratação:
- Ao final do turno, respeitando as recomendações institucionais de segurança, realize a lavagem das mãos, face e pescoço com água e sabonete líquido, com particular atenção às áreas que estão sob pressão.
- Secar bem a face. E hidratar o rosto no domicílio com um hidratante facial.
- Manter-se adequadamente hidratado, ingerindo líquidos com regularidade, lembrando que a hidratação principal da pele não é por via tópica, mas sim por via sistêmica.
Figura 1: Moldes para recorte de coberturas de interface para proteção da pele: Fonte: RECOMENDAÇÃO PREPI | COVID19 | Prevenção de lesões cutâneas causadas pelos Equipamentos de Proteção Individual.
Locais para aplicação de coberturas de interface para proteção da pele:
Figura 2: Locais para aplicação de coberturas de interface para proteção da pele: Fonte: SOBEST – Lesões de pele relacionadas ao uso de equipamentos de proteção individual em profissionais de saúde: estratégias de prevenção frente à Pandemia por Covid-19.
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Fonte: Blog Vitalaire.
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